Este blog é a tentativa de escrever sobre a experiência de o ser psicóloga. Dores e amores encontrados na clínica ou em qualquer atuação que a profissão proporciona. Escritos sobre emoções, sentimentos e comportamentos diante dos contrários e dos, quem sabe, favoráveis. "A questão não é só ser livre mas saber bem onde pousar".
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
Durante a jornada da vida eu, como muitas pessoas, passei por um processo de perda e dor na qual não conseguia uma superação total sozinha.
Não tive resiliência, não tiver força de vontade, não tive coragem para mudar, não tinha expectativas, não havia força de vontade.
Muitas vezes, ou às vezes, todas as vezes tropeçava nas pedras no caminho eu sentia que ia afundando mais e mais, não havia esperança e acreditava que era meu fim.
Ai vinha o julgamento, a culpa e o auto-desprezo.
Nessa hora, nada e ninguém me servia, eu não servia para nada.
Nada e ninguém poderia me ajudar... uma auto-piedade tomava conta de mim, a raiva e o nojo que começava a sentir de mim me afastavam cada vez mais do que um dia eu poderia ter sido.
Lamentação... era o que eu gostava de fazer. Chorar pelos meus problemas, pelos meus fracassos e por minhas feridas expostas.
Era uma derrotada, um zero a esquerda, uma pobre coitada.
"Aí que dó de mim, quem me amará assim??"
Ninguém! Nem eu me amava.
Enfim, percebi que sozinha era uma quadrilha; os estragos emocionais que provocava em mim e aos que estavam ao meu redor foram irreparáveis, resolvi procurar ajuda, mas não pense que foi algo fácil, simples, assim como escrever este texto.
Foi difícil e dolorido admitir que precisar de ajuda.
Isso se dá muitas vezes por que não sabemos que somos de verdade, estamos tão afundados em nossos problemas que eles passam a nos representar e perdemos nossa personalidade, nos perdemos.
E só estando no fundo do poço é que podemos submergir para luz, pois só lá no fundo que sentimos a falta dela. No escuro e gélido fundo de poço a luz é algo muito raro, somente em um dado momento, um rápido momento um fragmento de luz passa pelo fundo do posso onde eu ou você se encontrava.
E neste exato momento que a porta da percepção, antes fechada para dor, se abre, mas não pense que ela se escancarou para a luz, foi só uma fresta, uma frestinha, uma misera fresta, que fez muita diferença.
"Quem realmente sou eu?
Eu só vou saber lidar comigo se eu souber quem sou eu, caso contrário eu não vou ter sucesso nessa nova empreitada, se eu continuar fugindo de mim, eu vou ser tão solitário que até a minha sombra vai ficar escondida de mim, até a sombra vai se mandar de mim.
Se eu começo escolher o tipo de ajuda que eu tenho para receber eu vou ficar sozinho novamente, vou partir para o isolamento, vou partir para a onipotência, vou viver o papel de juiz e deixar de lado esses papéis que eu vivi até hoje - seja dependente ou seja familiar - papel de repressor, papel de delegado/juiz, papel de enfermeiro, papel de babá.....
Eu preciso começar a viver o meu próprio papel!
Que papel eu estou vivendo na minha família?
Se hoje eu tivesse que montar a minha família como ela seria?
De que forma que eu posso hoje estar percebendo o meu papel dentro da família?"
@adroga.casadia.org/12-passos
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